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Arquitetos: Studio Nicholas Burns
- Área: 300 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Peter Bennetts
Descrição enviada pela equipe de projeto. Aireys Inlet é uma pacata cidade costeira localizada na Great Ocean Road, Victoria, Austrália. O terreno em questão está situado na região interiorana próximo às colinas de mata densa com vista para o farol e oceano ao sul, além do vale a oeste. O local possui algumas espécies de árvores ameaçadas de extinção, que foram cuidadosamente evitadas, junto com outras árvores existentes, posicionando a casa em uma clareira existente ocupada por uma habitação simples construída após os incêndios florestais em 1983.
A casa responde ao local e à vegetação, descendo naturalmente em direção ao sudeste e aninhada no solo. Deste modo, a terra ajuda a estabilizar a temperatura interna ao longo das estações. A casa está perfeitamente orientada leste-oeste, permitindo que o sol de inverno penetre profundamente nos espaços de estar e receba a brisa refrescante do sul, vinda do oceano.
Planos horizontais enquadram o horizonte ao sul e leste fazendo com que o oceano esteja mais próximo e mais intenso. Paredes de taipa enquadram ritmicamente o horizonte, revelando e ocultando, conectando-se a momentos íntimos na paisagem norte e oeste, emoldurando a vegetação, destacando árvores significativas, conectando a experiência a esses detalhes e aprofundando a conexão com a natureza.
Os fluxos diurnos e sazonais dos caminhos solares criam uma conexão com os ritmos da natureza que são transcritos nos espaços internos por luz e sombra. As molduras recuadas externamente em relação aos vidros fixos ao sul permitem que as paredes de taipa estejam isoladas, conferindo uma conexão sem distrações com a paisagem e a natureza. Os espaços intersticiais entre os pilares permitem momentos íntimos que enquadram as vistas criando espaços de reflexão silenciosa e nichos de leitura.
As aberturas ocultas sob essas janelas captam os ventos refrescantes do sul, permitindo a ventilação natural mesmo durante os períodos de chuva intensa, vitalizando os ambientes com ar fresco, vivificando os sentidos e conectando-se à paisagem. O ar quente circula através de janelas altas no lado norte criando correntes de convecção térmica que sugam o ar devido às diferenças de pressão possibilitando ventilação cruzada mesmo durante períodos sem pressão do vento. Os quartos são escavados literal ou metaforicamente; a terra fornece proteção ao mesmo tempo em que proporciona perspectiva e refúgio; como uma caverna à beira de um penhasco.